As horas pela Alameda

As Horas pela Alameda

As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,
Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada
Sob o azular do luar…
E ouve-se no ar a expirar –
A expirar mas nunca expira –
Uma flauta que delira,
Que é mais a ideia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranquila
Pelo ar a ondear e a ir…
Silêncio a tremeluzir…
Fernando Pessoa, in ‘Cancioneiro’

Saudações, Pensadores de Ciências!

Começamos nosso post de um jeito bem diferente, né? Mas, por um motivo especial.

Acho que já deu para vocês perceberem que, hoje, falaremos mais um pouco sobre nosso projeto Alameda. O que é mais bacana em nosso trabalho é que o dia a dia e as perguntas dos nossos alunos, em plenos anos iniciais do ensino fundamental trazem curiosidades que mudam ligeiramente a direção dos projetos. Mas, ao contrário de parecer um problema, isso é o que temos de mais rico em tudo que fazemos.

Vem ver o que propusemos essa semana!

Não acompanhou o Projeto Alameda desde o início? Pesquise aqui e aqui.

Continuamos trabalhando, a todo o vapor, vários estudos sobre os tipos de solo, suas características, classificação, conservação degradação e solos férteis. Para saber mais dá uma olhadinha aqui:

E, com as turmas do 5º ano aprendendo e descobrindo muitas coisas novas, surgiu uma “ideia dentro da ideia”, fazer um acervo de solos.

E lá fomos nós pesquisar com um dos professores de geografia da nossa escola,  Domenico Di Giuseppe Neto, sobre como faríamos a coleta. Optamos, então, pela coleta simples, que não é recomendada para avaliação da fertilidade do solo, podendo, porém, ser utilizada para fins de classificação de solo, que é nosso objetivo.

projeto alameda amostra de solos
Professor Domênico Di Giuseppe Neto

Aprendemos que a profundidade a ser cavada para a amostragem teria que ficar entre 0-10 cm e 10-20 cm de profundidade, evitando, assim, que materiais em decomposição (orgânicos) contaminassem a amostra.

projeto alameda amostra de solos
Preparação para a coleta da primeira amostra
projeto alameda amostra de solos
Esta amostra estava muito dura, então, tivemos que colocar um pouco de água para retirar a primeira camada de materiais orgânicos. Após a coleta, tivemos que deixar a amostra secar para, depois, armazená-la.

E qual é a tarefa dos alunos?

A proposta é que cada aluno recolha uma amostra de sua casa, de algum lugar visitado e etc. O solo deve vir identificado. Em outras palavras, os alunos terão que informar a rua e o bairro onde foram coletadas as amostras e até mesmo cidade, afinal, as férias estão chegando e não vamos perder essa oportunidade, né. 😉

Mas, como vocês sabem, as crianças são ansiosas… e aí…

…não é que já apareceu material para o nosso acervo? Olhem só:

projeto alameda amostra de solos
Coleta de dois alunos do 5º ano A

Claro que ficamos felizes porque os meninos do 5º ano A já trouxeram amostras coletadas em áreas próximas de nós. Uma delas, como a foto mostra, colhida no Jardim Santa Lúcia, bairro vizinho ao de nossa escola.

E foi uma festa, vocês acreditam? As crianças queriam pegar a amostra coletada de qualquer jeito. Depois de um pequeno alvoroço e os nossos pedidos de “calma”, a turma entendeu que também não manipularemos as amostras de qualquer forma. É que, para um estudo ser bem executado, por mais simples que seja, há regras, como, aliás, para quase tudo na vida.

E foi assim que terminamos a aula. Ouvimos inúmeras promessas de que logo, logo, receberemos muitas amostras. Tomara!

Podemos confessar uma coisa? Mal podemos esperar para ver como vai ficar nosso acervo de solos! ❤

E você? Sabia da possibilidade de construir um acervo de solos? Já fez algo parecido? Mande suas dúvidas e sugestões nos comentários.

Até a próxima!

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